DEUS QUER SALVAR O HOMEM ATRAVÉS DO HOMEM

 Duas figuras protagonistas do Natal: Maria e José.
Deus quer salvar os homens através do homem. Entre os maiores colaboradores encontram-se Maria e José. Nem tudo foi fácil na resposta ao plano de Deus.
Pensemos em José, homem justo, que descobre a gravidez daquela que lhe estava prometida em casamento. O anjo de Deus intervém esclarecendo o acontecido: «José Filho de David, não temas receber Maria, tua esposa, pois o que nela foi gerado é fruto do Espírito Santo. Ela dará à luz um Filho e tu pôr-Lhe-ás o nome de Jesus, porque Ele salvará o povo dos seus pecados».
Pensemos em Maria, em que se cumpriu o que o Senhor havia dito pelo profeta: «Eis que a Virgem conceberá e dará à luz um Filho». Ela disse o seu ‘Sim’ com todas as suas consequências.


 Como estas pessoas colaboraram para a realização do plano de Deus pelo mistério da Encarnação, hoje este mesmo mistério da Encarnação pede a colaboração dos homens, a nossa colaboração, a colaboração da comunidade cristã.
Também hoje Jesus Cristo deseja nascer. Toda a Igreja e cada cristão são chamados a serem mães de Jesus.
Vejam o que diz S. Francisco sobre a maternidade dos cristãos: «Somos suas mães, se com amor e consciência pura e sincera O trazemos em nosso coração e o damos à luz por obras santas que sirvam de luminoso exemplo aos outros».
Pe Batalha, in “Farol”

UMA VIDA AO SERVIÇO DOS MAIS POBRES

Título - "Tudo é Graça. A revolução de Dorothy Day"
Autor - Jim Forest
Editora - Paulinas 
Recentemente decorreu na Universidade Católica de Lisboa o congresso dos Profissionais Católicos. Muitas pessoas e movimentos apresentaram as suas experiências e inquietações específicas de cada setor profissional. 
Escolhemos este livro, porque também nos remete, nas suas 479 páginas, para um tempo longo de intervenção comunitária no mundo do trabalho, calcorreando um percurso de fé muito determinado e sofrido.
Esta é ainda uma oportunidade para conhecer, em contextos muito próprios, os trilhos da vida de Dorothy Day (1897-1980) na fundação do Movimento do Trabalhador Católico, apoiado por um jornal, desdobrado em centros de acolhimento urbanos e rurais, suportado em voluntários que se foram juntando e construindo espaços de igreja muito heterogéneos.
O convívio próximo e prolongado do autor (*) com Dorothy Day (agora em processo de beatificação), tornaram-no uma das pessoas mais competentes para dar a conhecer o perfil desta mulher determinada e empenhada na defesa dos mais desprotegidos e injustiçados, guiada pela certeza da fé e pela confiança que depositava na vida dos santos e do seu impacto sobre o mundo.
Dorothy Day foi portadora de uma mensagem muito forte para o seu tempo. Foi nos anos trinta do século XX, com a Grande Depressão Americana e em muitos outros contextos sociais e políticos agrestes, suportada em vários saltos de fé, que reconheceu  nos homens o " Cristo que está no meio de nós - não um Cristo limpinho, bem esfregado, domingueiro, mas um Cristo para os dias de semana, um Cristo com roupa remendada, um Cristo dos bairros de lata e das casas degradadas, um Cristo sem casa nem emprego, um Cristo da sopa dos pobres".
A complexidade e riqueza do seu percurso de vida, levou o Papa Francisco a reconhecer publicamente durante a sua recente visita aos Estados Unidos que "o seu ativismo social, a sua paixão pela justiça e pela causa dos oprimidos foram inspirados pelo Evangelho, pela sua fé e pelo exemplo dos Santos".

 O leitor poderá ainda ficar surpreendido com  o depoimento de José Manuel Pureza, que fez o prefácio à edição portuguesa, reconhecendo a dada altura "que o que marca esta vida,  o que dela fica de profundamente interpelador, o que anima a consideração de Dorothy Day como uma referência para a comunidade dos/as crentes é a essencial continuidade da sua paixão pelos pobres, pelos marginalizados, pelos desconsiderados".
Dorothy alimentou a convicção de que o mundo melhoraria de forma significativa se os cristãos estivessem dispostos a procurar o rosto de Cristo nos outros, sobretudo nos pobres e nos condenados e nas pessoas que tantos de nós tendemos a evitar.

 (*) Jim Forest - escritor, teólogo leigo, educador e ativista pacifista, nasceu no Utah (EUA) em 1941. Conheceu Dorothy Day quando visitou a sede do movimento do Trabalhador Católico e aderiu de forma imediata ao movimento e às suas causas.


Manuela Ludovino – in Jornal “Grito Rural”

 

MISSÃO DE SOLIDARIEDADE - QUE FUTURO?

Que dizer da última viagem missionária à Guiné?!....
Antes de mais gostaria de agradecer a todos os leitores que nos apoiam ao longo destes 26 anos e confessar que é um privilégio poder representar-vos em nome da Fundação João XXIII/Casa do Oeste.
Nesta ultima missão em nome a Fundação estiveram o Abílio Salvador, a Jaqueline do Carmo e a Filomena Almeida.
Na verdade cada viagem é sempre cheia de surpresas.
Esta foi organizada essencialmente para receber um grupo que ia em caravana via terrestre. Esta caravana era composta por duas carrinhas de caixa fechada, duas ambulâncias, dois automóveis e uma carrinha mais pequena.
Esse grupo da região do Pombal,  autodenominado "trilhos de uma África negra ", organizou a viagem e conseguiu muitas dádivas, sobretudo, de material hospitalar e de recuperação física, assim como muito material escolar, brinquedos e bolas que fazem sempre as delícias das crianças.
Depois de 10 dias a atravessar Marrocos, Mauritânia, Senegal e Gâmbia chegaram à Guiné exaustos e só com mais dois  dias para conhecer as organizações de carácter social a quem iam entregar as suas dádivas.
Estas organizações já tinham sido previamente seleccionadas pelos membros da Fundação.
Por isso coube-nos a nós fazer a distribuição e entrega de todos os carros assim como do seu recheio.
Quando falamos de material hospitalar, na maioria das vezes, falamos de material muito caro, o que nos obriga a um maior cuidado na escolha das organizações com quem estabelecemos a parceria para a entrega.
Há que ter a certeza de que o que damos será bem empregue e chegue aos mais desfavorecidos.
Neste sentido esta missão foi riquíssima pois encontrámos um centro de recuperação físico/motora a funcionar muito bem, com um diretor Guineense , Dr Kennedy e a sua equipa que nos deu toda a documentação do trabalho feito nos últimos quatro anos. Ao entregarmos todo o material de recuperação  ortopédica sentimos que o que entregámos pode fazer muita diferença na gestão deste centro. É reconfortante sentirmos que o que entregam vai ser entregue e quem recebe sabe o que está a receber.
Também estabelecemos parceria com a Federação Guineense de pessoas com deficiência. Esta federação tem 15 associações de diferentes deficiências. A presidente, Dra Filomena, é uma mulher dinâmica e com muita vontade de ajudar os seus pares. As limitações são muitas e a deficiência, na Guiné, ainda é vista por muitos como um castigo de Deus. O trabalho desta Federação é muito difícil e com muitas carências. Receberam as nossas dádivas e mostraram as suas carências para que possamos ser embaixadores das suas preocupações junto dos nossos apoiantes aqui em Portugal.
A entrega de compressas, betadines, adesivos, ligaduras e luvas á organização AIDA foi muito providencial pois estava para chegar um grupo de médicos espanhóis para fazer cirurgias várias, às crianças.
A entrega das ambulâncias a pequenos centros de saúde afastados da capital e que podem fazer toda a diferença no salvamento de vidas é sempre um momento de muita emoção para quem dá e para quem recebe.
São estas e outras organizações locais que nos fazem sentir a diferença de crescimento e desenvolvimento associativo. São também estas organizações que nos fazem acreditar no crescimento que está a ser feito pelo povo da Guiné em parceria com o nosso povo.
Sou uma defensora de que o associativismo de carácter social e/ou religioso é a melhor forma de mudar a mentalidade e as atitudes. É com muito orgulho que vejo associações crescerem na nossa região de intervenção – Região de Biombo. É também com muita responsabilidade que nesta última missão recebemos várias associações que, sabendo do nosso trabalho e apoio ao povo da Guiné, nos procuraram a pedir ajuda.
Todos os que nos procuram sabem que não temos dinheiro para dar, mas prometemos chegar a Portugal e procurar o que nos pedem para puder fazer crescer os seus projectos.
Por tudo isto faço, desde já, o apelo a quem conhecer alguma instituição ou empresa que tenha beliches para doar serão bem-vindos. Também pode ser uma empresa ou um grupo de pessoas anónimas que queira organizar uma recolha para a compra dos beliches.
O Centro Escolar de surdos-mudos e cegos está a precisar de 40 beliches para albergar crianças que vêem do interior. Assim como se alguém souber de cadeiras e secretarias escolares para equipar a mesma escola serão uma bênção.
Temos ainda um pedido de janelas de alumínio para uma Escola Técnica Profissional onde se pretende fixar a juventude para que o êxodo para a cidade não seja sinónimo de abandono escolar.
Vou deixar aqui uma ideia, é difícil de arranjar uma empresa de janelas que faça e ofereça tudo mas não será difícil de mobilizar um grupo de jovens dos escuteiros por exemplo que se responsabilize por ir a todas as pequenas oficinas pedir uma janela.
Amigos da Fundação, e não só, que estejam a ler este artigo mobilizem-se e ajudem a ajudar.
Um telhado é feito de muitas telhas, uma parede é feita com muitos tijolos, uma missão é feita com muita ajuda e sem os nossos amigos e apoiantes estas obras nunca seriam feitas.

Em nome da Fundação João XXIII, desde já muito obrigado!
 Podem contactar com 916126473
 Filomena Almeida

 
 
 


 

FESTA DE NATAL DA CASA DO OESTE
Com a presença de muitos amigos e num ambiente festivo, próprio da quadra natalícia, realizou-se no passado dia 10, sábado, a Festa de Natal da Fundação João XXII-Casa do Oeste.
Como estava anunciado às 17,30h teve lugar a sessão do Conselho de Fundadores onde foi apresentado pelo Conselho de Administração o Plano de Atividades e Orçamento para 2017.
Depois de uma larga troca de impressões entre os presentes foi aprovado por unanimidade o  parecer favorável aos documentos e formulado votos de  uma boa execução  do programa de ação.

A Celebração Eucarística, com a liturgia própria do advento, preparação da vinda (aqui e agora) do Menino que se fez Homem para salvar o homem, renovou em nós a certeza de que novos dias virão, que a esperança se fará presente nos corações de muita gente desanimada, que apesar de difícil e tardia, a justiça, fruto do trabalho árduo de muitos de boa vontade, vencerá   as tropelias e as injustiças de quem usa os seus pretensos  poderes (pequenos  ou grandes)  para amachucar os outros… esse Natal acontecerá com a colaboração de todos e de cada um de nós e a força do Menino Jesus.
O jantar de convívio foi uma grande FESTA da família da CASA DO OESTE…
Umas 80 pessoas a que se juntou um grupo de 45 miúdos e animadores do Colégio da Imaculada Conceição de Cernache (Coimbra) que estavam numa ação de formação, partilharam a refeição (excelentemente confecionada) e viveram momentos muito agradáveis ao som de belíssimas canções executadas pelo grupo NAU CATRINETA.
O s alunos do Colégio presentearam-nos com uma belíssima canção coreografada.
Num momento de agradecimento a todos os presentes e lembrando que o Natal acontece hoje  foi lido o poema de José Tolentino Mendonça:

O presépio somos nós

  O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro destes gestos que em igual medida
a esperança e a sombra revestem
Dentro das nossas palavras e do seu tráfego sonâmbulo
Dentro do riso e da hesitação
Dentro do dom e da demora
Dentro do redemoinho e da prece
Dentro daquilo que não soubemos ou ainda não tentamos

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro de cada idade e estação
Dentro de cada encontro e de cada perda
Dentro do que cresce e do que se derruba
Dentro da pedra e do voo
Dentro do que em nós atravessa a água ou atravessa o fogo
Dentro da viagem e do caminho que sem saída parece

O Presépio somos nós
É dentro de nós que Jesus nasce
Dentro da alegria e da nudez do tempo
Dentro do calor da casa e do relento imprevisto
Dentro do declive e da planura
Dentro da lâmpada e do grito
Dentro da sede e da fonte
Dentro do agora e dentro do eterno 

A FUNDAÇÃO JOÃO XXIII-CASA DOOESTE DESEJA A TODOS UM SANTO NATAL E UM FELIZ ANO NOVO.




FESTA DE NATAL NA CASA DO OESTE

 Realiza-se no próximo sábado, dia 10, a Festa de Natal da Casa do Oeste.
Como nos anos anteriores temos razões fortes para marcar presença.
A Casa está toda decorada com muitos sinais de quadra natalícia, um excelente trabalho de grupo dos voluntários das 3ªs feiras.
Destacamos do programa:
19,30h celebração eucarística
20,30h jantar festivo com animação coral e musical do grupo “Nau Catrineta” e ainda diversas surpresas.
Pelas 17,00h realiza-se o Conselho de Fundadores (Assembleia geral) para discutir e apreciar o Plano de Atividades e Orçamento para o ano de 2017.
Contamos com a tua presença e pedimos que tragas contigo outros amigos.

É importante confirmar a presença para o jantar, até ao dia 8 de Dezembro, para o Secretariado tel. 261 422 790 ou 915779037, e-mail: casadooeste@sapo.pt
Desejamos a todos uma quadra natalícia com muita alegria preparando, mais uma vez, aqui e agora, a vinda do Menino que é sinal de salvação para os homens de hoje, quando nascem raios de  esperança nos nossos corações, quando se concretizam mudanças de vida que implicam mais compreensão e disponibilidade aos outros, mais justiça nos atos de cada dia, mais verdade nas atitudes de cada um.
UM SANTO E FELIZ NATAL.






COMERCIALIZAÇÃO DOS PRODUTOS AGRICOLAS A PREÇO JUSTO
A OIKOS, organização sem fins lucrativos, para o desenvolvimento e cooperação, fundada em 1989 (por um grupo de pessoas entre as quais os Padres Jardim Gonçalves e Luis França), tem vindo a desenvolver em Portugal e em vários países de Africa e América Central projetos que valorizem os produtos locais e o seu justo preço.
No dia 19 de Julho foi lançada em Lisboa uma plataforma informática designada SMARTFARMER, com o apoio da Fundação Vodafone, que vem permitir a ligação, em tempo real e útil entre produtores agrícolas e consumidores, evitando não só o desperdício alimentar na produção como a sua comercialização a preço justo para todas as partes. As compras efetuadas serão essencialmente de produtos hortofrutícolas, mas haverá também alguns derivados como o azeite, queijos, enchidos, mel ou compotas, bem como serviços locais de turismo, artesanato, etc.
Quando os produtos e serviços, na especificidade ou quantidade que procura, não se encontram disponíveis no mercado eletrónico da sua região, o SmartFarmer disponibilizará os que existirem na região mais próxima.
Produtor e consumidor poderão optar por uma diversidade de opções de recolha e entrega (recolha no produtor, entrega pelo produtor, entrega num local previamente estabelecido, como um mercado ou loja de proximidade, entrega ao domicílio ou local de trabalho).
Na Festa das Colheitas, na Casa do Oeste, no passado dia 30 de Outubro, tivemos connosco um dos responsáveis da OIKOS, o Pedro Krupenski, para nos apresentar este projeto e a forma de o virmos a utilizar ao serviço das populações rurais.
 A Fundação João XXIII e a COOPSTECO irão desenvolver algumas ações de  divulgação sobre este serviço, dando sequência ao trabalho que tem vindo a ser feito com os agricultores do oeste.
Para mais informações podes contactar a OIKOS -Telefone 218 823 630 ou oikos.sec@oikos.pt
e aceder ao site www.smarterfarmer.pt